Quando pensamos em investimento, a primeira coisa que vem à cabeça é o retorno. Ora, se estamos abrindo mão de consumir o nosso suado dinheiro hoje, com coisas que gostamos, é natural querermos receber uma recompensa por esse sacrifício. Mas, infelizmente essa recompensa não acontece de forma automática. Além do ato de poupar (deixar de consumir agora), o retorno exige outros sacrifícios, como tempo e disposição para correr riscos.
O tempo talvez seja o mais importante de todos, pois investir, longe do que a crença popular supõe, não é uma atividade eletrizante, na qual os ganhos vêm como mágica, da noite para o dia. Muito pelo contrário, as maiores fortunas do mundo foram construídas ao longo de vários anos. A verdadeira magia é o milagre dos juros compostos, no qual, além dos aportes mensais realizados, os ganhos são reinvestidos, aumentando o bolo continuamente. Investir não funciona como uma corrida de 100 metros e sim como uma maratona.
E quanto ao risco? Bem, risco e retorno são irmãos inseparáveis, que sempre andam juntos. É que nem as qualidades e os defeitos de um indivíduo. É impossível se beneficiar de um sem ter que aturar o outro. Quanto maior o retorno desejado, maior o risco esperado. Essa é uma verdade absoluta, uma das poucas que existem neste mundo, por sinal. Dessa maneira, antes de sonharmos com retornos estratosféricos para os nossos investimentos, precisamos avaliar quanto risco estamos dispostos a correr. Em outras palavras, precisamos inverter a ordem do nosso desejo, pois, ao pensar em investimento, a primeira coisa que devemos pensar é sobre o nosso apetite a risco. A partir daí, poderemos estimar o retorno esperado.
Talvez você esteja pensando: Tudo bem, mas como estimar o apetite a risco? Existe alguma régua para medir este troço? Pois bem, é claro que avaliar a tolerância a risco não é uma ciência exata, mas existem algumas pistas que podem lhe ajudar. A primeira delas é avaliar a sua situação financeira.
Se você está com as contas em dia, conseguindo gastar menos do que ganha e já formou uma reserva financeira para emergência, tem condições de lidar com maiores oscilações nos seus investimentos, isto é, correr mais risco. Outra variável determinante é objetivo do investimento. Se você está poupando para comprar uma casa daqui a um ano, não pode “se dar ao luxo” de ver o investimento oscilando o tempo inteiro. Mas se está investindo para se aposentar daqui a 20 anos, as variações de curto e médio prazo não são determinantes, já que o tempo está a seu favor. Aliás, falando em “tempo” mais uma vez, ele é parceiro de longa data do risco. Se não há tempo suficiente para o investimento maturar, não faz sentido ficar exposto ao risco, logo, é preciso ajustar a expectativa e se contentar com um retorno menor.
Mas há ainda outra variável determinante para definir o apetite a risco: a nossa disposição psicológica. Sabe aquela história “cada cabeça é um mundo”? Pois então, podemos ter uma situação financeira confortável, objetivos de longo prazo e tempo de sobra, mas se não tivermos “cabeça” para lidar com o risco, melhor ficar longe dele.
Se uma variação negativa no seu investimento fizer você perder o sono, é melhor ficar bem longe do risco. Puxa, mas se risco e retorno andam lado a lado, isso significa que você precisará desistir dos seus sonhos? De forma alguma, se a tolerância a riscos é menor, você pode ajustar as outras variáveis determinantes para o crescimento da sua riqueza: aumentar o valor dos aportes (poupança) e aumentar o prazo do investimento. O importante é que esteja confortável com o nível de risco do investimento, pois dessa forma, a chance de desistir no meio do caminho será menor.
É possível ter sucesso nos investimentos com qualquer nível de risco, desde que você consiga se manter comprometido com a sua estratégia e tenha resiliência para esperar que o tempo faça a sua mágica. Isso é particularmente importante para a Néos Previdência, uma vez que a entidade administra diversos planos de previdência, com características distintas, sendo que alguns deles ainda oferecem opções de perfil de investimento para os seus Participantes e Assistidos. Neste sentido, a Néos precisa elaborar anualmente a Política de Investimento de cada plano, documento que estabelece as diretrizes de investimento para os próximos cinco anos. Inclusive, é nessa época do ano que a Néos se dedica a essa tarefa, que é crucial para a consecução do seu dever fiduciário e dos seus objetivos.
Podemos dizer que a Política de Investimento é o “mapa” que norteia as decisões de investimentos da Néos em direção ao atingimento dos objetivos de cada plano ou perfil. É a partir da sua formulação que são elaboradas as estratégias de investimento e definidos os montantes a serem investidos em cada classe de ativos, como renda fixa, renda variável, ativos alternativos, investimento no exterior, dentre outros. E o que é considerado na hora de formular as Políticas de Investimento? Características de cada plano, peculiaridades e patrimônio dos perfis, cenário macroeconômico, projeções de inflação e outros indicadores financeiros, objetivos de retorno e… advinha? Isso mesmo, risco. A Néos avalia os indicadores econômico[1]financeiros vigentes e projetados e a partir disso, as estimativas de risco e retorno para cada classe de ativo ou segmento de investimento. A partir daí, a Néos avalia qual a combinação de classes de ativos que consegue atingir o objetivo de retorno de cada plano ou perfil, com o menor risco possível.
Em outras palavras, a partir do retorno e risco estimado de cada classe de ativos, a Néos define a diversificação da carteira de investimentos, com o objetivo de otimizar ao máximo a relação risco x retorno de cada plano ou perfil. Perceba que o objetivo não é perseguir o maior retorno possível, até porque isso implicaria em correr o maior risco possível, como você já sabe. O objetivo é encontrar a combinação de ativos que garanta o objetivo de cada plano ou perfil, com o menor risco possível, evitando que o patrimônio dos Participantes e Assistidos esteja exposto a riscos desnecessários ou não desejados por eles.
Obviamente, a Política de Investimentos é um documento estratégico, que direciona a alocação dos recursos e precisa ser respeitado. Entretanto, não é um documento “engessado”. Sua revisão regular acontece anualmente, entretanto, caso as condições macroeconômicas ou mesmo as características de cada plano ou perfil, mudem de forma considerável, ele pode ser revisado pela governança da Néos a qualquer momento.
O mesmo é válido para o seu perfil de investimento. O ideal é que ele acompanhe o seu ciclo de vida, isto é, seja mais arriscado no começo da sua carreira e menos arriscado à medida que você se aproxima da aposentadoria. Contudo, nada impede que ele seja revisado eventualmente, caso outras características sejam modificadas, como sua situação financeira, nível de conhecimento sobre investimentos e tolerância a risco. A sua decisão de perfil afeta diretamente o resultado dos seus investimentos ao longo do tempo, assim como afeta a estratégia, a alocação e os resultados da Néos, uma vez que o montante alocado em cada perfil determinará o planejamento de investimentos da entidade. Sendo assim, na próxima vez que pensar em investimento, sugiro que se permita sonhar com os retornos que vai obter, mas não sem pensar no nível de risco que vai lhe permitir dormir sossegado. A boa notícia é que o tempo está a seu favor. Sem falar que a Néos Previdência trabalhará incansavelmente para cuidar do seu patrimônio da melhor forma possível, respeitando o seu perfil e a sua tolerância a risco.